domingo, 9 de janeiro de 2011

Prelúdio

Diego caminhava pelo vale de cascalho. A geografia descampada do local deixava o vento cortante se chocar contra o corpo do jovem que tremia não apenas pelo frio, mas também pelo medo avassalador do desconhecido. A única luminosidade era da lua cheia que banhava aquele momento desgraçado.
– Mãe –, chamava Diego insistentemente.
Ele fez uma curva e avistou ao longe uma banheira. O rapaz se aproximou do grande objeto de louça branca, ele estava cheio de uma água escura de aparência suja. No fundo ele via que ali pousava um corpo inerte. Diego aproximou o rosto do indigente na tentativa de reconhecê-lo. O corpo abriu os olhos e saiu da água puxando-o para dentro da banheira. Já dentro da água completamente aterrorizado, o jovem fita seu algoz e se espanta ao ver que era sua mãe. Seu rosto era disforme, pútrido. Seus olhos eram duas orbes brancas translúcidas e seus dentes eram podres e pontiagudos. Os longos cabelos da mãe engalfinhavam no rosto do filho, sua feição era de prazer com o desespero de sua criança. A mãe-demônio segurou a cabeça do rapaz pelo cabelo e mordeu seu pescoço. Ele berra, mas a água abafa o som, permitindo apenas bolhas de ar saírem de sua boca.
Diego abre os olhos em junção a um pequeno salto, expondo seu pavor por aquele terrível pesadelo.
– Mais uma vez...
Sentou-se na beirada da cama esfregando o rosto com as mãos, aflito pelo terrível sonho. Ele se levantou e foi até o banheiro, colocando a cabeça de baixo da torneira e deixando a água cair. Estava com os olhos cerrados e, a medida em que a água descia pela sua cabeça, Diego tinha flashs do pesadelo que tivera. Ele fechou a torneira e olhou para seu relógio de pulso: 02:35 da manhã. Ainda faltava muito para amanhecer. O rapaz se olhou no espelho e encarou-se.
– Que merda está acontecendo comigo? – Se perguntou retoricamente.

Um comentário:

  1. Vou confessar a vcs q tenho um cagaço dessas coisas . . . mesmo assim rola uma ansiedade pra saber oq mais pode acontecer . . . o desconhecido amedronta mas atiça a curiosidade.

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